“No mundo, ou você é alguém, ou você é AMIGA de alguém.” Era o lema de Nikki. Uma atriz na qual os jornais não recordavam o nome, uma atriz que não se destacava na multidão. Demorou algum tempo até aceitar este fato, lutando muito para conseguir papéis em filmes espalhados pelo mundo. Mas o máximo que sempre conseguia eram papéis secundários em filmes Indie, sempre com os mesmos atores futuramente invisíveis - o que a frustrava ao extremo.
Quando Catherine chamou-a ao celular, comunicando que havia conseguido um papel para sua ‘enteada’, ela sorriu feliz do outro lado da linha, satisfeita superficialmente, pelo menos por ter um trabalho para os próximos meses.
E seu sorriso foi se alargando cada vez mais, ao perceber o tamanho do projeto no qual fora inserida. Era praticamente tudo que já desejara: Fama, dinheiro, popularidade.
Mas tinha de achar um modo de se por frente às câmeras. Não era tão fácil ser o centro das atenções quando a história rodava em torno de um casal perfeito composto por um vampiro e uma humana, interpretados simplesmente por Robert Pattinson e Kristen Stewart.
Ela sentia-se como em um filme de ação, ou algum destes filmes teens da Disney, onde devia se impor, mostrando de alguma forma o quanto era talentosa.
Nos primeiros meses foi difícil. Queria dar um jeito de demonstrar seu talento, mas tudo o que fazia costumava não ter a aprovação de Kristen, coisa que ela julgava importante.
“As pessoas ficam saindo para farra e depois, além de chegarem tarde para gravar, não conseguem atuar.”, ela ouvia Kristen brincar com Robert, mas sentia que também era direcionado a si. “É uma bitch”, foi o que acostumou pensar sobre aquela atriz protagônica com o passar dos dias, mas ocultava seus pensamentos, sempre dirigindo um grande sorriso quando a “baixinha, insignificante e menor de idade” passava.
Mas algo divino ocorreu-lhe um dia. Foi como se iluminassem sua mente: Passando entre os sets de filmagem, encontrou um Robert um pouco inquieto, mexendo freneticamente nos cabelos - que algum dia tinham sido arrumados para as gravações - e olhando para um ponto fixo, que ela pode notar ser onde Kristen estava ao telefone.
O encarou, pondo um grande sorriso acolhedor no rosto.
“Tudo bem, rob?”, ela deixou sair, parando em frente a ele, que agora estava escorado na parede de metal de um dos trailers de make up.
“Oh! Sorry. Yeah...” Ele respondeu surpreso, depois de alguns instantes em silêncio, como se só tivesse notado a presença dela naquele momento. “porcariazinha de atores britânicos convencidos”, pensou, mas nunca se atreveria a recitar em voz alta. Ao contrário disto, sorriu-lhe amplamente mais uma vez, cruzando os braços à sua frente.
“Distraído?”, ela tentou, na esperança de criar um diálogo.
Como não houve resposta, suspirou irritada.
Ele deve ter entendido aquele som como pesar, pois em seguida endireitou-se, desencostando do trailer e pondo-se em uma postura mais altiva.
“Perdão. Sim, estou meio...” ele mordeu o lábio, e Nikki notou que ele havia pegado esta mania de Kristen. ‘Aquela bitch cheia de tiques idiotas’, bufou internamente.
“Tudo bem. E ai, vamos sair hoje à noite?” Ela deixou a proposta meio ao ar, não tentando corrigir com algo como: ‘sem duplos sentidos, claro’. Não se importava em como ele entenderia. Qualquer um dos dois estaria bom. Robert foi um dos únicos que esteve criando um vinculo um pouco maior com ela, e tinha a pequena impressão de ser pelo fato de acompanhá-lo à suas noites de bebedeira. Ele resmungava sempre, depois de bêbado, xingando e reclamando pela falta de algum ‘Tom’(que ela descobriu ser seu amigo Londrino), mas ela não se atrevia a resmungar de volta, deixando que ele reclamasse da vida ‘inútil’ que tinha. Nikki apenas ria, querendo ter aquela vida. ‘Quem dera que um tivesse uma vida inútil destas, Pattinson’, ela já havia dito pra ele, mas Robert nem deu bola... Estava bêbado mesmo.
Esperando enquanto Robert parecia estar pensando na proposta dela para a noite próxima, torcia internamente que ele topasse. ‘Afinal, quem nunca quis uma noite com um charmoso ator britânico, uh?’. Foi nesse instante que ouviu a voz de Kristen.
Pelo fato de TER ouvido aquela voz, pressupôs que estava havendo uma pequena alteração ao telefone. A dentucinha estava muito longe para que sua voz fosse ouvida se falada normalmente.
Ela pode notar Robert se retorcer em sua frente, e voltou a atenção para ele.
“O que está acontecendo?”, não pode conter a pergunta, que estava na ponta da língua há tempos.
Robert suspirou, e ela interessou-se mais.
“É o... Âng.arano”, rolou os olhos, mas mesmo assim, não havia senso de humor em seu sorriso largo.
“Quem?”, Nikki sentiu-se idiota por estar por fora do acontecido com o elenco.
“Michael Angarano” – fez cara de nojo. – “O ‘acompanhante macabro’ da Stew”.
Nikki já havia ouvido este nome. Ela sabia que sim!
E surpreendeu-se por ficar sabendo que Kristen tinha namorado, afinal, não possuía muitos atrativos. Ela mesma, Nikki, achava-se muito mais saboreável do que a baixinha.
Se bem que parecia que havia alguém que gostava de alguns atrativos estranhos que Kristen possuía, constatou, relembrando como Robert lançava olhares admiradores para a colega.
-
Mas foi naquela noite, após várias rodadas de cerveja com Robert e uma despistada que levou, fazendo com que voltasse para dormir novamente sozinha em seu apartamento locado pela empresa que estava promovendo o filme, que Nikki lembrou-se QUEM era Michael Angarano.
Era seu antigo co-star. Alguém com quem se deu muito bem uma época, e que também teve um affair.
“Michael Angarano... namorado da Stewart. Quem diria...” Ela pensava, deitada de costas na cama, rodando o aparelho celular entre os dedos da mão esquerda.
Não demorou muito para tomar uma decisão.
Passou sua lista de contatos do celular rosa fluorescente recém adquirido, até encontrar o ID ‘Angarano, Mike’.
“Mundo pequeno, muito pequeno.” Riu. Mas pensou duas vezes antes de apertar o botão para completar uma ligação. Ela não era idiota, e sabia que se quisesse recriar um laço de amizade com Michael, acordá-lo pela madrugada NÃO era o modo certo de começar.
“Miiiike! Quanto tempo!” escreveu, após abrir o sistema de envios de SMS. “Como anda a vida? Te vi em um filme ontem! Então me lembrei... Tudo bem? Temos que nos ver! Saudades. Nikki”.
Enviar.
Pronto. Havia dado o pulo inicial. Agora só bastava esperar.E pensar numa resposta para o acaso de lhe perguntar em qual filme que ela o viu. Fazia séculos que não via a performance dele nas telas, e imaginava que ele devia estar tão bem quanto ela estava à poucos meses atrás, no sentido profissional.
Quando Catherine chamou-a ao celular, comunicando que havia conseguido um papel para sua ‘enteada’, ela sorriu feliz do outro lado da linha, satisfeita superficialmente, pelo menos por ter um trabalho para os próximos meses.
E seu sorriso foi se alargando cada vez mais, ao perceber o tamanho do projeto no qual fora inserida. Era praticamente tudo que já desejara: Fama, dinheiro, popularidade.
Mas tinha de achar um modo de se por frente às câmeras. Não era tão fácil ser o centro das atenções quando a história rodava em torno de um casal perfeito composto por um vampiro e uma humana, interpretados simplesmente por Robert Pattinson e Kristen Stewart.
Ela sentia-se como em um filme de ação, ou algum destes filmes teens da Disney, onde devia se impor, mostrando de alguma forma o quanto era talentosa.
Nos primeiros meses foi difícil. Queria dar um jeito de demonstrar seu talento, mas tudo o que fazia costumava não ter a aprovação de Kristen, coisa que ela julgava importante.
“As pessoas ficam saindo para farra e depois, além de chegarem tarde para gravar, não conseguem atuar.”, ela ouvia Kristen brincar com Robert, mas sentia que também era direcionado a si. “É uma bitch”, foi o que acostumou pensar sobre aquela atriz protagônica com o passar dos dias, mas ocultava seus pensamentos, sempre dirigindo um grande sorriso quando a “baixinha, insignificante e menor de idade” passava.
Mas algo divino ocorreu-lhe um dia. Foi como se iluminassem sua mente: Passando entre os sets de filmagem, encontrou um Robert um pouco inquieto, mexendo freneticamente nos cabelos - que algum dia tinham sido arrumados para as gravações - e olhando para um ponto fixo, que ela pode notar ser onde Kristen estava ao telefone.
O encarou, pondo um grande sorriso acolhedor no rosto.
“Tudo bem, rob?”, ela deixou sair, parando em frente a ele, que agora estava escorado na parede de metal de um dos trailers de make up.
“Oh! Sorry. Yeah...” Ele respondeu surpreso, depois de alguns instantes em silêncio, como se só tivesse notado a presença dela naquele momento. “porcariazinha de atores britânicos convencidos”, pensou, mas nunca se atreveria a recitar em voz alta. Ao contrário disto, sorriu-lhe amplamente mais uma vez, cruzando os braços à sua frente.
“Distraído?”, ela tentou, na esperança de criar um diálogo.
Como não houve resposta, suspirou irritada.
Ele deve ter entendido aquele som como pesar, pois em seguida endireitou-se, desencostando do trailer e pondo-se em uma postura mais altiva.
“Perdão. Sim, estou meio...” ele mordeu o lábio, e Nikki notou que ele havia pegado esta mania de Kristen. ‘Aquela bitch cheia de tiques idiotas’, bufou internamente.
“Tudo bem. E ai, vamos sair hoje à noite?” Ela deixou a proposta meio ao ar, não tentando corrigir com algo como: ‘sem duplos sentidos, claro’. Não se importava em como ele entenderia. Qualquer um dos dois estaria bom. Robert foi um dos únicos que esteve criando um vinculo um pouco maior com ela, e tinha a pequena impressão de ser pelo fato de acompanhá-lo à suas noites de bebedeira. Ele resmungava sempre, depois de bêbado, xingando e reclamando pela falta de algum ‘Tom’(que ela descobriu ser seu amigo Londrino), mas ela não se atrevia a resmungar de volta, deixando que ele reclamasse da vida ‘inútil’ que tinha. Nikki apenas ria, querendo ter aquela vida. ‘Quem dera que um tivesse uma vida inútil destas, Pattinson’, ela já havia dito pra ele, mas Robert nem deu bola... Estava bêbado mesmo.
Esperando enquanto Robert parecia estar pensando na proposta dela para a noite próxima, torcia internamente que ele topasse. ‘Afinal, quem nunca quis uma noite com um charmoso ator britânico, uh?’. Foi nesse instante que ouviu a voz de Kristen.
Pelo fato de TER ouvido aquela voz, pressupôs que estava havendo uma pequena alteração ao telefone. A dentucinha estava muito longe para que sua voz fosse ouvida se falada normalmente.
Ela pode notar Robert se retorcer em sua frente, e voltou a atenção para ele.
“O que está acontecendo?”, não pode conter a pergunta, que estava na ponta da língua há tempos.
Robert suspirou, e ela interessou-se mais.
“É o... Âng.arano”, rolou os olhos, mas mesmo assim, não havia senso de humor em seu sorriso largo.
“Quem?”, Nikki sentiu-se idiota por estar por fora do acontecido com o elenco.
“Michael Angarano” – fez cara de nojo. – “O ‘acompanhante macabro’ da Stew”.
Nikki já havia ouvido este nome. Ela sabia que sim!
E surpreendeu-se por ficar sabendo que Kristen tinha namorado, afinal, não possuía muitos atrativos. Ela mesma, Nikki, achava-se muito mais saboreável do que a baixinha.
Se bem que parecia que havia alguém que gostava de alguns atrativos estranhos que Kristen possuía, constatou, relembrando como Robert lançava olhares admiradores para a colega.
-
Mas foi naquela noite, após várias rodadas de cerveja com Robert e uma despistada que levou, fazendo com que voltasse para dormir novamente sozinha em seu apartamento locado pela empresa que estava promovendo o filme, que Nikki lembrou-se QUEM era Michael Angarano.
Era seu antigo co-star. Alguém com quem se deu muito bem uma época, e que também teve um affair.
“Michael Angarano... namorado da Stewart. Quem diria...” Ela pensava, deitada de costas na cama, rodando o aparelho celular entre os dedos da mão esquerda.
Não demorou muito para tomar uma decisão.
Passou sua lista de contatos do celular rosa fluorescente recém adquirido, até encontrar o ID ‘Angarano, Mike’.
“Mundo pequeno, muito pequeno.” Riu. Mas pensou duas vezes antes de apertar o botão para completar uma ligação. Ela não era idiota, e sabia que se quisesse recriar um laço de amizade com Michael, acordá-lo pela madrugada NÃO era o modo certo de começar.
“Miiiike! Quanto tempo!” escreveu, após abrir o sistema de envios de SMS. “Como anda a vida? Te vi em um filme ontem! Então me lembrei... Tudo bem? Temos que nos ver! Saudades. Nikki”.
Enviar.
Pronto. Havia dado o pulo inicial. Agora só bastava esperar.E pensar numa resposta para o acaso de lhe perguntar em qual filme que ela o viu. Fazia séculos que não via a performance dele nas telas, e imaginava que ele devia estar tão bem quanto ela estava à poucos meses atrás, no sentido profissional.
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*CONTINUA... quando eu quiser.